sexta-feira, agosto 03, 2007

A-do-ro!!!



ótimo, né? hahaha ,D

terça-feira, julho 17, 2007

Fim de semana


Dias de unhas vermelhas
Lápis nos olhos
Lágrimas de felicidade
Quadrados da cozinha
Sonhos acordados
Algodão doce e cinema sessão das 6
Filme de desenho animado
Gargalhada com amigos sabor pizza
Aqueles amigos pra onde ir e de onde for
Carinho, muito carinho
As vidinhas que crescem tão rápido
Os pequenos corações que nos enchem
De um grande amor



Foto: Rune Thorstein

quinta-feira, julho 12, 2007

quinta-feira, junho 28, 2007

Laranja Mecânica?

Alta sociedade




Geralmente quando aqui se fala da violência que tomou o Rio de Janeiro, da qual está vivo bárbaro exemplo no assassinato do menino João Helio, bom número de leitores localiza nas favelas, nos negros e pobres a origem de todos os males.

Alvo fácil para as propostas de sempre: remover essa gente, passar o trator, dar-lhe casa bem longe, na periferia, mas com ônibus para que possa continuar sendo doméstico, pedreiro, encanador e (por que não?) traficante, desde que suas balas perdidas só sejam achadas por seus iguais.

São opiniões respeitáveis, como todas as que aportam neste blog. Talvez delas se possa extrair destino para os cinco jovens que encheram de pancada Sirley Dias de Carvalho Pinto, 32 anos. Ela esperava um ônibus de madrugada numa das áreas mais abonadas da Barra da Tijuca.

Doméstica, Sirley fez tudo o que esses leitores recomendam: negra e pobre, foi morar em Imbariê, na Baixada Fluminense, e estava na rua às 5 da manhã porque precisava consultar um médico, no posto de saúde perto de sua casa a 60 quilômetros de distância. Enfiaram-lhe a bordoada para tomar os trocados que trazia na bolsa.

Coisa de preto? Traficante? Pobre favelado? Não. Obra de representantes da mais fina classe média alta, leitor. Estudantes de Direito, Gastronomia, Turismo daqueles que param no sinal a seu lado e parecem pessoas normais. Você comeria um prato preparado por um animal desses? Consegue imaginar que noção de Justiça tem o idiota que estuda Direito?

O que deveriam fazer os parentes e vizinhos de Sirley com as famílias dos rapazes que a socaram o rosto (principalmente nos olhos)? Exigir do poder público que sejam desalojadas dos confortáveis apartamentos do condomínio Parque das Rosas e salgar-lhes as casas?

Talvez seja melhor aliviar a barra, não? Afinal, os bravos jovens acreditavam estar baixando o braço numa prostituta. Tudo o que aprenderam até agora os levou à convicção segundo a qual mulher, sozinha, às cinco da matina na rua só pode ser prostituta. E puta, sabe como é, está aí para ser humilhada.

Também podemos buscar uma tangente para concluir que esses bandidos são apenas uma exceção da gente dourada que desejamos ter ao redor. Já os pobres, pretos e favelados são todos criminosos ou coniventes com o crime. Ou será que temos feito tudo errado até aqui e não é a cor, a casa ou a carteira que forjam a bandidagem? Fique à vontade, leitor, ainda temos alguns dias para conversar sobre essa sociedade que estamos construindo.

Publicado por Xico Vargas - 24/06/07 7:38 PM

domingo, maio 20, 2007

O céu e o borrar dos olhos.


Eu fui pro Rio e eu sou chorona. Bom, isso todo mundo sabe, né?
O negócio é que eu não chorei na ida, não chorei quando vi minhas tias que a mais de nove anos não via, nem meu primo, nem o mar, o Cristo meu brother de todas as horas, o por do sol no arpoador, é verdade que os olhos quase não aguentaram vendo o Santaolalla tocando e cantando, mas eu segurei. Eu não chorei nem quando vi um filme japonês super lindo com a minh'alma do lado. Não chorei quando me despedi das pessoas, quando abri presentes, quando entreguei presentes, quando senti a dor de quem sabe até muitos outros anos. Mas quando eu vi essa imagem, [que nem é exatamente essa porque a que eu vi, só eu vi.] não segurei. A lágrima, aquela coisa tão íntima minha, que parecia estar se guardando porque tinha que ser forte por estar longe, veio com várias companheiras. Ainda não sei explicar o que vi e senti. A paz, aquela que só se atinge com muitos anos de yoga todos os dias? Foi Deus me mandando um beijo? Foi um reencontro com os queridos que estão no céu? Foi único. O branco, o azul e o borrar dos meus olhos.

quinta-feira, abril 26, 2007

Olha o que acontece quando as pessoas rodam a noite na net..


Create Your Own PaloozaHead - Visit Lollapalooza.com


E eu danço M.I.A. lhoucamente desse jeito bem aí.
uahiuahiuahiuahiuahuiah
Obrigada.

quarta-feira, abril 18, 2007






















"Se você pensar que pode, ou que não pode,
de qualquer forma você estará certo."


Henry Ford

terça-feira, agosto 08, 2006

Não tem Título

Esta é uma redação feita por uma aluna do curso de Letras, da UFPE Universidade Federal de Pernambuco - Recife, que obteve vitória em um concurso interno promovido pelo professor titular da cadeira de Gramática Portuguesa. Vejam que maravilha de texto!!! (Publicada na coluna LIVRE PENSAR, de Ivaldo Gomes).


"Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.
O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto. Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula, ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, ocuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente! Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-à-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo e culminaria comum complemento verbal no artigo feminino. O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou-o pela janela e voltou ao seu tema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

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E ainda há quem diga que já esgotamos todas as possibilidades de uso da língua falada e escrita. Pelo jeito, quem fez tal afirmação não leu esse texto.