terça-feira, março 07, 2006

Um coração sorridente.

Eu ouvi essa história e queria contar.. Se verdade ou não, provar eu não posso, mas se de acreditar torna verdade, então verdade ela é. =) E nada vai me fazer acreditar que isso não aconteceu naquela noite.

Antoine de Saint-Exupéry era piloto de avião e escrevia porque gostava. Foi então que em alguma guerra dessas da vida, ele estava a servir seu país, a França, quando foi pego por inimigos na Espanha se não minto. Foi preso, encarcerado, seus pertences remexidos e como era feito pelas manhãs, iria ser morto por um pelotão de fuzilamento.
Durante aquela madrugada angustiante sem previsão de nada mais, já que de vida tinha apenas poucas horas ele procurou na bolsa algo que pudesse passar o tempo.. sei lá.. algo! Achou cigarros, mas os fósforos tinham sido levados pelos guardas. Foi então que viu o carcereiro, perguntou se tinha fósforos para lhe acender o cigarro, este veio e tirou do bolso uma caixa de fósforos acendeu um e se abaixou para acender o cigarro e foi nesse momento em que seus olhares se cruzaram e Exupéry riu.
Isso acontece com agente toda hora, não é? Os olhares cruzam com uma pessoa no meio da rua, entrando em um lugar, um desconhecido mesmo e agente ri, não é verdade?
Pois foi assim, ele disse que não sabe por que sorriu, mas foi algo natural, o coração riu e ele externou. O carcereiro riu de volta e ficaram lá eles rindo aquele momentinho, foi então que o guarda lhe perguntou se tinha filhos, ele disse que sim e tirou umas fotos de dentro da bolsa e mostrou, o mesmo fez o outro e ficaram ali falando de suas crianças por um tempo e novamente veio outra pergunta do outro lado da grade.. quais os planos dele para os filhos (?)..Saint-Exupéry encheu os olhos d’água, respondeu que não tinha mais planos, pois não os veria mais. Houve um momento de silêncio e foi quando o guarda já não uma pessoa distante e fria se levantou e tirou do outro bolso as chaves da cela de Exupéry e abriu. Levou o piloto para fora da prisão, andou com ele pelas ruas da cidade naquela madrugada e num lugar escuro, distante de tudo libertou o prisioneiro, isso sem nada falar.
Talvez por isso, pelo coração sorridente de Exupéry que riu no momento em que os olhos dos dois enxergaram que além de guarda e prisioneiro ali havia também duas pessoas, duas vidas, que Saint-Exupéry não morreu aquela manhã e tenha vivido para contar não só essa, mas várias outras histórias, como por exemplo... ele escreveu um dos livros mais lidos, falados e conhecidos do mundo: O Pequeno Príncipe.


E escreveu frases como estas:

“Somente com o coração podemos ver com clareza. O essencial é invisível aos olhos.”
"Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, mas não vai só, nem nos deixa sós; leva um pouco de nós mesmos, deixa um pouco de si mesmo."
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."
"Se você não encontra o sentido das coisas é porque este não se encontra, se cria."

3 comentários:

Jose Derpann disse...

num me localizei com esse endereço não.. e fui eu que te vi, mas não falei...

e outra... 15º episódio de Lost não é nada pra quem já tá na metade da segunda temporada!!!

hauheauehuaheuaheuaheua

eu também moro numa esquina!

Jose Derpann disse...

será que, definitivamente, meu coração ainda é capaz de sorrir?

andrea mello disse...

adoro o pequeno.
=]